__________ Itapema, suas histórias... __________

sábado, 5 de novembro de 2011

RIDE, ITAPEMA...



Esta estória em estilo anedótico foi recolhida do livro 'Nos Tempos de Nossos Avós', de Olao Rodrigues, 1976.
[no detalhe deste quadro de Benedito Calixto, ao fundo ITAPEMA/SP]
Ocorrida provavelmente nos anos de 1920. Aqui descrita com certa licença poética se me permitem.
Um sujeito encontrou-se com outro na Praça da República, imediações do cais, próximo ao Terminal Flutuante das Barcas e disse sério:
- Você ainda aqui? Corre, Joaquim!... Pegue a primeira barca pro Guarujá, vá rápido para casa que ela está pegando fogo e tua mulher está lá em perigo.
- Ai, é!?...
- Depressa, Joaquim!
A BARCA 'PAQUETÁ' NA TRAVESSIA MARÍTIMA ITAPEMA/Stos [LITORAL PAULISTA].

Ouvindo-o espantado, sem palavras, o tal Joaquim saiu em desabalada carreira e apanhou a barca Paquetá prestes a sair das docas. A pressa era tanta que atrapalhou-se todo com o esquecimento do bilhete, quando foi solicitado...
- Juro que paguei, senhor...
- Assim vai mal...
- Está aqui, em algum lugar, nos meus bolsos...
Lá adiante surgiu o Farol e o prédio caiado da Estação Itapema. O mar marulhava crespo. Vivia os vinte minutos mais angustiantes de sua pacata vida... É possível que não salvasse nada!
   ESTAÇÃO DAS BARCAS EM ITAPEMA/SP.
PLATAFORMA DE EMBARQUE PARA O TRAMWAY EM ITAPEMA/SP.

Porém antes de apanhar o bonde elétrico ali no "Pontão das Barcas", pensava atarantado tendo na mente a imagem duma mulher esturricada feito churrasco... Parou, refletiu e chegou a seguinte conclusão:
- Ó, raios!... Não me chamo Joaquim. Não moro no Guarujá, nem sou casado... Que diabo vim eu parar aqui?
Resta saber se o gajo era português mesmo. Santista supõem-se que fosse... (Risos, eu espero). Deixa pra lá, é só um revide de ilegítima descendência portuguesa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário