__________ Itapema, suas histórias... __________

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

NOS BRAÇOS DE MARIA BONITA E CIA

PANFLETO UTILIZADO PARA DIVULGAÇÃO DA PIONEIRA CASA DOS PRAZERES EM ITAPEMA/SP.

"...Que novidade era aquela!? Propaganda corpo a corpo dum puteiro?" - A jovem ao entregar-me de passagem o panfleto, numa mesa do Skina Lanches, sorria instigante, as voluptosas formas incontidas dentro da minúscula peça de roupa... Haveria de conferir. Separado já algum tempo e sozinho nada tinha a perder. Às vezes é melhor pagar do que empreender adulações num relacionamento sério, visando os prazeres da alcova. No frigir dos ovos, de graça também não seria. Aprendera ser prático. Sem compromisso de responsabilidade mútua, promover felicidade ou cumprir promessas. Apenas o extravasamento puro e simples do gozo...
[Antigo prédio da casa dos prazeres 'MARIA BONITA']


Como assíduo frequentador, logo fiquei íntimo conhecedor dos bastidores daquele prazeroso antro. Conheci um casal de lésbicas, cuja "sapata" não permitia sequer que sua parceira a tocasse com carícias femininas. Fazia questão de armar-se com um strap-on à cintura para estocar masculamente a frágil companheira.
Passava horas a saborear o inábil strip-tease das garotas, encharcava-se de suor e cerveja decidindo a escolhida da noite. Num canto a cafetina vigiava atenta o movimento. Vez ou outra atiravam fora um caminhoneiro insolente. Um visitante local sem grana convidado a sair, porque ali não era boteco. Contrariando a propaganda...
- Veio fazer o quê aqui sem grana? Procurar namorada?
- Não tenho hoje... Posso ter amanhã.
- Então passa depois...

[Entrada da antiga casa dos prazeres 'MARIA BONITA' em Itapema/sp]


Apareceu por lá uma vez, a vadia mais tesuda que transei nesses anos todos. Ceiça, fêmea capaz das maiores diabruras por dinheiro. Depressa quis provar-lhe o gosto. A preços módicos arquitetamos deliciosos menáges, que nos levavam à exaustão.
Ficamos amigos. Contou que na escola passara por santa, a recatada da turma. Me daria tudo menos o coração, pois era minha e de tantos outros. Debochava maliciosa da ingenuidade dos homens. Mesmo assim, quase me deixei enganar pelo seu teatro bem representado, vítima duma paixão repentina. Mas felizmente, como por desencanto ela sumiu...
Muito tempo depois encontrei-a, puxava uma criança pelo braço e trazia outra na barriga estufada. Sua beleza havia sido subtraída, nem parecia aquela Ceiça. Viera visitar os pais, ainda morando em Vicente de Carvalho. Sequer tocou no assunto da antiga profissão. Casou-se, disse-me, levando vida de mulher doméstica.
   

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