__________ Itapema, suas histórias... __________

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

POLTERGEIST NA RUA NOVA ESPERANÇA

REALIDADE OU MITO? TERIA OCORRIDO UM FENÔMENO POLTERGEIST NUM ANTIGO CHALÉ DA RUA NOVA ESPERANÇA? - ITAPEMA/SP.

Os antigos do saudoso Itapema/SP, ainda se recordam. Já tanto tempo ocorrido o causo da "Casa de Sangue", agora até contam com certa zombaria. Se é verídico?... Um dos moradores trabalhou na Escola 'Walter Scheppis'.
Fatos tenebrosos aconteciam naquele rústico Chalé (num beco da atual Rua Nova Esperança - Bairro Pae Cará). A casa, por obra não se sabe do quê, escorria sangue pelas paredes. Começou do nada. Muito se falava, mas pouco se sabia...
Maldade da primeira moradora. Mulher enciumada, que esquartejara o companheiro e para não ser descoberta enterrara o corpo no porão, diziam alguns por ter ouvido um velho boato. Para outros a estória era diferente, obra do espírito agonizante duma moça que suicidou-se talhando os pulsos, molestada pelo pai. Ali fora um antigo "terreiro" de escravos do Itapema à época dos Jesuítas.
 RUA NOVA ESPERANÇA (BAIRRO PAE CARÁ) ITAPEMA/SP [2014].

Sabia-se por ouvido e visto que a dona do Chalé ao fazer arroz, metade na panela ficava branco e a outra tinha sangue. Outras comidas cozidas davam ao paladar um estranho amargor. Mesmo o pirão, o mingau avermelhavam dali um tempo de prontos.
Quando os donos deitavam-se na cama ao levantarem ficava marcado o contorno do corpo no lençol. As roupas manchadas daquele carmim aterrorizante. Macabro um quadro da Sagrada Família minava sangue.
Sobressaltada a Família, ante o desespero dos filhos e pra desvendar o mistério, viu-se um ponto de visitação da vizinhança e de curiosos itapemenses.
O estranho fenômeno paranormal chegou à Paróquia. Solicitaram ao padre que exorcizasse o "terreiro do capeta". Porém tudo que o pároco fez, foi repreender tamanho desatino. Censurou os fiéis, pois davam ouvidos às artimanhas do Demo e não aos milagres de Cristo. Mas então apareceu um clérigo, como que saído do livro de William Peter Blatty, trouxe crucifixo e terço para rezar. Invadiu a casa resoluto, de dentro escutou-se algumas repreensões vociferantes, deixou o lugar às pressas e todos que aguardavam fora correram também assustados.
Os incrédulos respondiam ser por causa da madeira picumã, tábuas de parte do revestimento da Cozinha, que com a umidade e o calor pingava seiva avermelhada do teto. Ou condensação da fumaça vinda da queima de picumã, pois a família cozinhava num fogão à lenha.
A notícia caiu na "boca do mundo", não tardou a reportagem do Programa 'Polícia no Ar', fazer matéria em frente ao soturno Chalé, entrevistando os envolvidos. Tabloides cobriram o fenômeno, página inteira.
ENCRUZA ONDE FICAVA O CHALÉ QUE VERTIA SANGUE PELAS PAREDES - RUA NOVA ESPERANÇA [ITAPEMA/SP].

Havia noites que a ventania sibilante tornava tudo muito assustador. Os gatos faziam dali seu recanto, vivendo num frenesi noturno infernal. Agourentos os cães uivavam. Morcegos voavam sobre o telhado, vindos dum "Pé-de-Cuca" dali perto, sustados por apitos dos navios no Porto... Pensavam em botar fogo, mas quem se atreveria chegar perto e atiçar o incêndio, despejar os moradores. 
- Deus tá vendo. Se é para o Bem de todos... - Alguém justificou numa roda de conversa acalorada. Intercedeu pastor, espírita, contudo não suportavam as energias sensitivas fugiam transtornados.
Numa medida desesperada vizinhos convocaram soldados da Base Aérea, que vieram com um trator pra demolir o Chalé mal-assombrado, caso preciso fosse. Entretanto, até mesmo estes vacilaram adentrar o quintal, depois de inspeção e séria conversa com o proprietário, alegando necessitar de uma ordem expressa do Órgão Municipal.
VISTA REVERSA DA ENCRUZILHADA - LOCAL DA "CASA DE SANGUE" - ITAPEMA/SP.
 
Juvêncio, garoto malino, desafiando os conselhos, naqueles momentos de histeria coletiva, entrou na cozinha envolta no fumacê... Uns oravam, surravam as "tábuas de forrão" com ripas nas juntas, exorcizando a moradia possuída, o peralta sentia o Chalé sacudir. Saiu pálido, olhos esbugalhados, sem voz. Depois se perguntavam, desconversava. Jamais quis dizer o quê passou-se lá.
Assim quem cruzava por ali defronte, olhando a lúgubre moradia no beco, sempre lembrava arrepiado do tal caso e benzia-se imediatamente a esconjurar. A estória durou por muitos anos, até que rasgou-se outro trecho da Rua Nova Esperança, ligando à "Rua das Torres", passando pelo local onde ficava o Chalé que escorria sangue.
  

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