__________ Itapema, suas histórias... __________

segunda-feira, 17 de abril de 2017

FEIRAS-LIVRES EM ITAPEMA/SP

ANTIGA BARRACA NUMA TRADICIONAL FEIRA-LIVRE EM ITAPEMA/SP - ANOS DE 1960.

A origem das Feiras presentes no meio social remonta a 500 anos antes de Cristo (século VI). Povos antigos já reuniam-se em determinados momentos e lugares pré-estabelecidos para a troca entre si de produtos excedentes fosse agrícola, pecuário, manufatura de artigos (cestaria, cerâmica, tecelaria), quando os indivíduos ofereciam o que produziam pelo que lhes faltava.
Prática em algumas civilizações da antiguidade, tal qual a fenícia, grega, romana e árabe, servindo ao consumo das cidades, de gêneros produzidos por agricultores, criadores de animais, trabalhadores de ofício (marceneiros, sapateiros, tecelões, ferreiros etc), artesãos, lugar propício para a apresentação de artistas mambembes.
Na antiguidade as Feiras possibilitavam as trocas ou comércio de mercadorias entre as pessoas de diferentes lugares e variados itens. Impulsionadas pelo desenvolvimento das atividades comerciais atendiam as necessidades dos habitantes, mercadores e viajantes, com isso as Feiras cresceram e se diversificaram, ganhando importância social ao promover a comunicação e interação dos povos.
O COMÉRCIO NAS FEIRAS-LIVRES ITAPEMENSES RESISTE À MODERNIDADE [2010].

Durante a Idade Média no continente europeu, entre os séculos XI e XVI, os burgos (cidades medievais amuralhadas) tornaram-se o lugar de formação das feiras medievas. Devido a decadência do sistema feudal, baseado sobremodo no senhorio, arrendamento de terras, na permuta e concentração da produção, seria substituído pela comercialização monetária, posto que o excedente de produção dos feudos (área rural) passaram a servir para a venda. Esses locais destinados ao comércio de mercadorias dentro dos burgos, eram denominados "Feiras-Livres", onde os mais variados produtos estavam expostos à compra. No Ocidente o termo "Feira", deriva do latim "Feria", significando: dia Santo ou dia de descanso, dado que os comerciantes preocupados em vender o excedente da produção, concentravam-se próximos das igrejas aos Domingos ("Dia do Senhor"), em praças, para negociar suas mercadorias, por serem os locais que apresentavam o maior fluxo de gente.
Prosperaram a partir da intensificação do comércio de gêneros agrícolas, da pecuária, produtos dos trabalhadores de ofício, com o surgimento da Burguesia e o crescimento demográfico.
A RELAÇÃO COMERCIAL DO FEIRANTE COM O FREGUÊS SE DÁ DE FORMA DIRETA E PESSOAL NAS FEIRAS-LIVRES [ITAPEMA/SP] 2010.

Neste período a expansão comercial no Mediterrâneo, o aparecimento de novas rotas marítimo-comerciais, sobretudo das especiarias, artigos provindos do Oriente (temperos, condimentos, tecidos, tapetes, essências, perfumes) multiplicou a mercancia, o espaço então utilizado e a introdução da moeda, caracterizam a conformação da Feira como conhecemos.
"(...)Com efeito, as feiras livres foram se tornando um importante canal de distribuição comercial bem como uma forma de comunicação popular, sendo caracterizada pelo encontro periódico de pessoas, as quais se reuniam em algum lugar pré-determinado da cidade (burgos), com o intuito de vender seus produtos à população ou mesmo realizar trocas." - Cita o site 'Toda Matéria'.
UMA BARRACA DE CONDIMENTOS E TEMPEROS EM FEIRA-LIVRE DE ITAPEMA/SP.

No Brasil, as Feiras existem desde a época da colonização portuguesa iniciada pelo século XVI. Sobre o estabelecimento de feiras no Brasil, há somente registros de Regimentos emitidos por D. João III (1548) e D. Afonso (1677), ordenando a criação de feiras semanais na colônia brasileira para troca entre portugueses e nativos. As feiras ordenadas pelas Autoridades portuguesas não ocorriam exatamente a seu modo, uma vez que os habitantes da Colônia (pescadores, agricultores, criadores de animais, doceiras, quituteiras, dentre outros) já estavam acostumados a reunir seus produtos à beira da praia para troca ou negociação entre as partes. Evento social que promoveu o desenvolvimento da economia interna do país.
Pelos séculos posteriores, a "Feira de Mercado" como eram conhecidas as feiras-livres (realizada ao Sábados), abastecia a população, estimulava maior produção de alimentos e artigos.
Tendo papel fundamental na prosperidade das cidades, não somente como meio de aquisição de produtos, mas também local de encontro, de confraternização, onde pessoas de uma mesma comunidade e arrabaldes vizinhos se relacionavam, desempenhando assim função importante na interação social e intercâmbio cultural.
BARRACA NUMA FEIRA-LIVRE ITAPEMENSE/SP [2008].
  
No final do século XIX, as Feiras estavam instaladas nas ruas, oferecendo produtos básicos de alimentação, artigos domésticos, vestuário, aos habitantes de suas comunidades. Era muito comum as Feiras serem realizadas uma vez por semana em locais pré-determinados. Atualmente, as Feiras-Livres nas cidades brasileiras acontecem nuns tantos bairros ou regiões (de maneira alternada) pelos dias da semana em lugares pré-estabelecidos.
Nos nossos dias as Feiras-Livres representam um fenômeno sócio-cultural e econômico proveniente do ajuntamento de pessoas, aglomerados de barracas, onde são comercializados nas ruas ou logradouros públicos diversos tipos de produtos: gêneros alimentícios, utensílios domésticos, roupas, sapatos, artesanato, propiciando a circulação  de mercadorias e estímulo ao consumo da produção em larga e pequena escala.
É nesse espaço vivido que se evidenciam as relações envolvendo a cidade e o "campo" (o produtor rural, o trabalhador manufatureiro). Segundo uma forma de estrutura em que gênero de vida mais modo de vida, se organizam e se interseccionam nos respectivos modos de produção.
MOVIMENTAÇÃO ENTRE AS BARRACAS NUMA FEIRA-LIVRE ITAPEMENSE/SP.

A Feira-Livre conformou-se numa manifestação da cultura urbana brasileira, que se mantém apesar do crescente avanço e modernização das formas de comércio, pois cada vez mais o consumidor tem acesso à lojas, supermercados, varejões de hortifrutigranjeiros, açougues, peixarias, com um certo conforto, um tanto de comodidade, que inclui o horário flexível, entrega em domicílio e até mesmo facilidades de pagamento. Contudo, resiste ao tempo reafirmando uma das mais antigas tradições dos povos.
Conforme descreve texto da 'Wikipédia': "Na feira livre há aqueles que observam, pechincham e procuram algo específico, bem como há aqueles que criam laços de afetividade, próximos da amizade que rompe a relação comerciante-freguês, o que sustenta em grande parte a tradição de ir à feira toda semana... (...)Além da variedade e qualidade dos produtos ali encontrados. Todos temos uma história de identidade ou lembrança de uma feira, seja no âmbito alimentar ou simples lazer."
O fator econômico das Feiras-Livres é levado em consideração pelo consumidor, já que os preços dos produtos não são tão rígidos, variam durante a feira ficando mais baratos. Há qualidade e muita oferta. Destacando-se o poder de negociação, conseguir pechinchar, discutir diretamente com o Feirante o preço. Vale ressaltar que em função da concorrência imediata as negociações são sempre frutíferas.
Encontram-se todos os tipos de comerciantes nas Feiras, desde o grande feirante, distribuidor de alimentos, como pequenos produtores que teem nas feiras a única forma de negociar seus produtos. Bem como as pessoas que as frequentam, sendo a Feira acessível e frequentada por gente de diferentes origens, independente de classe econômica ou social.
O aspecto social também é evidente nas Feiras-Livres com a possibilidade de interação das pessoas, entre conhecidos da vizinhança, amigos dos bairros próximos e até mesmo as novas relações que podem se formar. O tratamento que o Freguês recebe do Feirante é considerado único, típico e indispensável nas feiras, o freguês é convidado a experimentar o produto, como forma de garantir sua qualidade.
Mediante isso, a Feira-Livre permanece viva, tanto nas pequenas quanto nas grandes cidades, em todos os bairros, seja na periferia ou regiões nobres.
FEIRA-LIVRE NA RUA DONA JOANA DE MENEZES FARO (ANTIGA RUA OLIVEIRA) NUM DOMINGO - ITAPEMA/SP [2009].

As primeiras feiras em ITAPEMA/SP, aconteciam numa composição aberta do trenzinho da E.F. SP-2066, num dia da semana. Quando parava o vagão na plataforma da Estação e fazia-se as compras de frutas, verduras, legumes, raízes, grãos, cereais, farináceos etc.
No município as feira-livres foram regulamentadas em 1951, por meio da Lei 096/51. Atualmente, 7 pontos privilegiam bairros do Distrito itapemense e as feiras realizadas pelos dias da semana.
Terça-Feira: Rua Ceará (Jardim Santense) - Rua Rubens de Sá (Jd. Progresso) - Rua Helena Correa dos Santos (Vila Zilda).
Quarta-Feira: Rua Afonso Nunes (Jardim Boa Esperança).
Quinta-Feira: Rua Odilon Maximiliano dos Santos (Morrinhos).
Envolvendo uma centena de feirantes. O horário de funcionamento entre às 7:00 e 14:00 Horas.
FEIRA-LIVRE NA RUA CEARÁ REALIZADA ÀS TERÇAS-FEIRAS [ITAPEMA/SP] 2017.
BARRACAS MONTADAS NA FEIRA-LIVRE DA RUA CEARÁ - JARDIM SANTENSE [ITAPEMA/SP] 2017.
UMA BARRACA DE FRUTAS NA FEIRA-LIVRE DA RUA CEARÁ [ITAPEMA/SP] 2017.
FEIRA-LIVRE REALIZADA NO BAIRRO JARDIM PROGRESSO [ITAPEMA/SP] 2017.
BARRACAS MONTADAS NA FEIRA-LIVRE DO JARDIM PROGRESSO [ITAPEMA/SP] 2017.
AMBIENTE DA FEIRA-LIVRE NO BAIRRO JARDIM PROGRESSO [ITAPEMA/SP] 2017. 

No bairro itapemense de Pae-Cará acontecem as duas mais antigas feira-livres do Distrito. Por muitas décadas em ITAPEMA/SP (antes dos supermercados), eram nas barracas de cereais e farináceos, dentre outros gêneros alimentícos, que os moradores abasteciam a despensa com arroz, feijão, farinha de mandioca, fubá etc, para passar a semana. Assim como as barracas dos merchant de porcos, comerciantes de carne suína, caprina e derivados, bastante procuradas. Motivados pelo comércio, meninos ganhavam alguns trocados puxando carretos de compras dos fregueses.
Sendo o Feirante um trabalhador itinerante, desenvolve atividade árdua e pesada. Sua rotina começa bem cedo, ainda no início da madrugada com a compra dos produtos a serem comercializados. Antes do raiar do dia, sob sol ou chuva, os feirantes administram todo o trabalho de montagem das barracas e exposição de seus produtos ou mercadorias.
FEIRA-LIVRE NA RUA TAMBAÚ AOS SÁBADOS - ITAPEMA/SP [2017].

Aos Sábados, a feira-livre é montada na extensão da Rua Tambaú (Pae-Cará), tendo boa movimentação de consumidores. Seu ambiente não poderia deixar de ser mais característico. Tanto pelas freguesas a carregar sacolas, puxando carrinhos, quilos de cores, baciadas de cheiros, dúzias de sabores. Seja pela balbúrdia apregoada dos "Xepas" (a grita das vendas), pois o feirante usa da criatividade no intuito de se comunicar e convencer o freguês a adquirir o seu produto. Esta atmosfera estimulante da feira aos sentidos faz despertar a fome. Depois das compras, hora de saborear um delicioso pastel com caldo de cana gelado, talvez um tempurá do jeitinho brasileiro, espetinhos (carnes, queijo coalho). Ou doces: tapioca, cocada, pamonha, quebra-queixo etc.
FREGUESES TRAFEGAM E COMPRAM NA FEIRA-LIVRE DA RUA TAMBAÚ [ITAPEMA/SP] 2017.
TÍPICA BARRACA DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS MONTADA NA FEIRA-LIVRE DA RUA TAMBAÚ [ITAPEMA/SP] 2017.
UMA BARRACA DE FRUTAS NA FEIRA-LIVRE DA RUA TAMBAÚ [ITAPEMA/SP] 2017.
AMBIENTE DA FEIRA-LIVRE MONTADA NA RUA TAMBAÚ [ITAPEMA/SP] 2017.
UMA BARRACA DE VERDURAS E LEGUMES NA FEIRA-LIVRE DA RUA TAMBAÚ [ITAPEMA/SP] 2017.
AMBIENTE DA FEIRA-LIVRE NA RUA TAMBAÚ [ITAPEMA/SP] 2017.
FEIRA-LIVRE REALIZADA NA RUA TAMBAÚ AOS SÁBADOS [ITAPEMA/SP] 2017.
UMA TRADICIONAL BARRACA DA FEIRA-LIVRE NA RUA TAMBAÚ [ITAPEMA/SP] 2017.
BARRACAS NA EXTENSÃO DA FEIRA-LIVRE MONTADA NA RUA TAMBAÚ [ITAPEMA/SP] 2017.
AMBIENTE DA FEIRA-LIVRE NA RUA TAMBAÚ [ITAPEMA/SP] 2017.
FEIRA-LIVRE NA RUA TAMBAÚ REALIZADA AOS SÁBADOS [ITAPEMA/SP] 2017.  
COMERCIALIZAÇÃO DE UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS NA FEIRA-LIVRE DA RUA TAMBAÚ [ITAPEMA/SP] 2017.
O TRADICIONAL PASTEL COM CALDO DE CANA GELADO DISPÕE DE ÓTIMAS OPÇÕES NA FEIRA-LIVRE DA RUA TAMBAÚ [ITAPEMA/SP] 2017.     

Aos Domingos, a feira-livre realiza-se na Av. Santos Dumont e proximidades. A tradicional "Feira de Domingo" em ITAPEMA/SP, é diversificada, onde circulam pessoas de todos os tipos. Sejam vendedores, fregueses ou simples transeuntes, contemplando não apenas o comércio de frutas, legumes, hortaliças, verduras, raízes, tubérculos, grãos, cereais e demais gêneros alimentícios tais como carnes: suína, bovina, aves, peixes, ovos etc. Vendedores de crustáceos e frutos do mar (camarão, marisco, siri, caranguejo). Vários outros produtos: castanhas, côco, milho verde. Bancas de temperos, condimentos e ervas medicinais. Há ainda barracas de utensílios domésticos, artesanato, ferramentas, jardinagem (flores, plantas ornamentais, apetrechos). Outras que vendem itens de vestuário: roupas, calçados, bolsas, mochilas, cintos, gravatas, cama mesa e banho.
Nela comerciam ambulantes, transportadores, prestadores de serviços e venda de outros produtos que visam atender diversas demandas.
FEIRA-LIVRE MONTADA AOS DOMINGOS NA AV. SANTOS DUMONT [ITAPEMA/SP] 2017.
BARRACAS DE PEIXE E CARNES - FEIRA DE DOMINGO [ITAPEMA/SP] 2017.
BARRACAS DE PEIXE - FEIRA DE DOMINGO [ITAPEMA/SP] 2017.
TRADICIONAL BARRACA DE OVOS - FEIRA DE DOMINGO [ITAPEMA/SP] 2017.
OUTRA BARRACA DE OVOS - FEIRA DE DOMINGO [ITAPEMA/SP] 2017.
BARRACA DE FRUTAS - FEIRA-LIVRE REALIZADA AOS DOMINGOS NA AV. SANTOS DUMONT [ITAPEMA/SP] 2017.
UMA BARRACA DE BANANA - FEIRA DE DOMINGO [ITAPEMA/SP] 2017.
BARRACA DE LEGUMES E TUBÉRCULOS NA FEIRA-LIVRE DE DOMINGO [ITAPEMA/SP] 2017.
TRADICIONAL BARRACA DE BATATA - FEIRA DE DOMINGO [ITAPEMA/SP] 2017.
BARRACAS DE FERRAGENS - FEIRA DE DOMINGO [ITAPEMA/SP] 2017.
UMA BARRACA DE FERRAGENS - FEIRA DE DOMINGO [ITAPEMA/SP] 2017.
BARRACA DE JARDINAGEM - FEIRA DE DOMINGO [ITAPEMA/SP] 2017.
BARRACA DE CHÁS E ERVAS - FEIRA DE DOMINGO [ITAPEMA/SP] 2017.
BARRACA DE BIJOUTERIAS - FEIRA DE DOMINGO [ITAPEMA/SP] 2017.
BARRACAS DE ROUPAS - FEIRA DE DOMINGO [ITAPEMA/SP] 2017.
TRADICIONAL BARRACA DE PASTEL - FEIRA DE DOMINGO [ITAPEMA/SP] 2017.         

Por ser num dia da semana mais folgado para muitos trabalhadores, a conhecida "Feira de Domingo" no Distrito itapemense recebe fregueses de toda a Ilha de Santo Amaro, e de modo geral atraí pessoas de outras cidades da região da Baixada Paulista. Uma característica marcante desta feira, é a influência nordestina. Encontra-se comidas típicas (sarapatel, mocotó, jabá), pelas imediações trios de forró tocam em bares, artistas circenses, cantadores populares (repentistas, emboladores), cantores de rua (sertanejo, dupla caipira) procuram o espaço da "Feira de Domingo" fazendo apresentações.
APRESENTAÇÃO CIRCENSE NO AMBIENTE DA "FEIRA DE DOMINGO" [ITAPEMA/SP].
ATIVIDADE CULTURAL REALIZADA DURANTE A "FEIRA DE DOMINGO" [ITAPEMA/SP].
APRESENTAÇÃO CULTURAL 'REISADO SERGIPANO DE GJÁ' NO AMBIENTE DA "FEIRA DE DOMINGO" [ITAPEMA/SP].

Simultânea a este ambiente ocorre a popular "Feira do Rolo", em parte da extensão da Rua Dona Joana de Menezes Faro (antiga Rua Oliveira), lugar de troca e comércio de objetos usados e antigos, venda variada de produtos alternativos, bugigangas.
Espalhadas em lonas pelo asfalto, nas barracas, bancas, todo tipo de tralha velha e inusitada. Mas não só: livros, antigos discos de vinil, revistas e filmes pornográficos, aparelhos eletrônicos semi-novos, eletrodomésticos usados, objetos de decoração, velhos brinquedos, ferramentas de segunda-mão, peças reutilizáveis (hidráulica, elétrica, mecânica, ciclismo). No "Rolo" entram relógios, jóias, celulares, bicicletas. Enfim, o que se prestar a ser convertido em moeda corrente.
Há quem diga que foi a partir da reunião de uma dezena de "conhecidos" itapemenses, em meados dos anos de 1970, os quais se encontravam para beber, jogar conversa fora e consequentemente desencalhar coisas usadas, dando ao Itapema uma das suas manifestações mais populares e característica. 
"FEIRA DO ROLO" NA EXTENSÃO DA RUA JOANA DE MENEZES FARO NUM DOMINGO [ITAPEMA/SP].
MOVIMENTAÇÃO DE PESSOAS NO AMBIENTE DA POPULAR "FEIRA DO ROLO"  EXTENSÃO DA RUA JOANA DE MENEZES FARO [ITAPEMA/SP] MAIO DE 2010.
TRANSEUNTES CIRCULAM PELAS BARRACAS DA "FEIRA DO ROLO" [ITAPEMA/SP].

Esta "Feira de Domingo" armava-se tradicionalmente na Rua Joana de Menezes Faro, a mudança de ponto de certa maneira desarticulou o comércio agregado à feira, no caso das barracas de carnes, aves, peixes, utensílios domésticos e vestuário. A transferência fez decair todo um comércio entorno da "Feira de Domingo" itapemense, e da própria rua. Prejudicando a micro-economia local (bares, lanchonetes, padarias etc) que tinha então a atividade aquecida neste dia, quando a atual avenida utilizada para a feira já possui alto comércio.
Estudos indicam que as Feiras-Livres, com suas inúmeras características exclusivas têm fundamental importância, inclusive para o abastecimento de comunidades carentes, já que são montadas em diversos bairros dos municípios, sejam eles de baixa renda ou não, ressaltando-se a peculiaridade econômica da Feira.
As feiras-livres no Distrito itapemense geram cerca de 500 empregos, entre comercialização e montagem das barracas.
Daí portanto, a necessidade da Prefeitura Municipal em não somente mantê-las regularizadas, providas de sanitários químicos, limpeza dos restos da feira. Mas sobretudo, planejar o seu acontecimento, fomentar o comércio e implemento de atividades artístico-cuturais, pois cabe ao município legislar sobre as feiras-livres.
Seria de vital importância estarem os feirantes ligados a uma associação ou entidade de classe, afim de debater, planejar a feira e reivindicar as melhorias junto ao Poder Público. Senão mesmo, através de cooperativa, que como medida econômica, possibilitaria aos feirantes fornecer ao município parte da merenda escolar.
"FEIRA DE DOMINGO" MONTADA NA RUA JOANA DE MENEZES FARO [ITAPEMA/SP] 2011.

Por todo o país as feiras sobrevivem. Enquanto algumas demonstram-se enfraquecidas, outras continuam fortes, com movimento indicativo de auto-suficiência econômica.
Um novo modelo de pensamento rural, preocupado com o consumidor em termos de qualidade sanitária e biológica dos alimentos tem produzido cada vez mais utilizando as técnicas da agricultura orgânica, sem agrotóxicos ou outros insumos químicos, a chegada dessa produção tem se dado através das Feiras-Livres. Prestando-se também ao escoamento da safra do pequeno produtor da Agricultura Familiar, que dispensando o conhecido "atravessador" vende seus gêneros diretamente na feira.
Entende-se que a longo prazo, motivados pela rotina praticista do mundo moderno, na qual as pessoas cada vez mais exigem, conforto, dinamismo e excelência, torna-se evidente que a Feira-Livre realmente sofre ameaça das grandes redes de supermercados, porém pode tratar-se de um simples princípio da economia, livre concorrência. Tendo a Feira um público fiel, além das vantagens econômicas, ou seja a diversidade de produtos oferecidos, qualidade e preço.
O ACESSO PÚBLICO ÀS FEIRAS-LIVRES MOBILIZA AS PESSOAS NO DISTRITO ITAPEMENSE/SP [2017].
COMPRAR E PASSEAR SÃO ATRATIVOS DAS FEIRAS-LIVRES EM ITAPEMA/SP [2017].
CORES E CHEIROS DOMINAM O AMBIENTE DAS FEIRAS-LIVRES EM ITAPEMA/SP. 

As Feiras-Livres dada a tradição, prestígio de sua identidade, rica de aspectos culturais possuem seus encantos. Colorem com variadas barracas a paisagem citadina, exalam cheiros, propõem sabores, levadas pela agitação de pessoas e o vozerio da mercancia. Andar pela feira por si só realiza uma distração prazerosa. Um dos poucos espaços existentes onde há contato direto com a população.
A ocorrência das Feiras-Livres permanece até os dias atuais em diversas partes do globo, em pequenas e grandes cidades do mundo, servindo como ponto turístico. Portanto, propícias a visitação de estrangeiros e turistas nacionais, trazendo novos consumidores a beneficiar a economia local.
Reconhecidamente as Feiras-Livres são patrimônio da cultura. Pela sua especificidade cultural podem ser consideradas "Patrimônio Imaterial" de um determinado lugar, então preservadas.
O COMÉRCIO NAS FEIRAS-LIVRES DO DISTRITO ITAPEMENSE/SP ADAPTA-SE À MODERNIDADE [2017].

Uma Feira constitui num município, espaço que se caracteriza através de uma função social, que muda a organização espacial urbana, sendo geradora de emprego e renda, a qual representa uma das mais antigas e resistentes modalidades do comércio varejista. É um ambiente com muita especialidade, cheio de sons, movimentos, aromas, múltiplos coloridos, tanto como personagens interagindo com o seu estilo e suas relações de identidade.